Êxodo 16:11-21
Um jovem oficial do exército imperial de Napoleão havia sido condenado à morte. A mãe do soldado, derramando lágrimas aos pés do imperador, suplicou o perdão para o filho. O imperador disse que se tratava de uma segunda ofensa e que a justiça exigia a morte. “Não peço justiça”, disse a mulher, “pleiteio misericórdia.”
“Mas”, respondeu o imperador, “ele não merece misericórdia.”
“Senhor”, replicou a mãe, “se ele merecesse, não seria misericórdia, e é misericórdia tudo o que peço.”
“Está bem”, concluiu o imperador, “terei misericórdia.”
Deus é um Deus misericordioso em meio a um mundo sem misericórdia.
“Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade.” (Salmo 86:15)
Em um mundo em que compaixão, amor, bondade e generosidade estão cada vez mais escassos, somos inundados por nossas cargas emocionais, nossos problemas pessoais, nossas frustrações em meio às dificuldades da vida. Muitas vezes, sentimos que nossa reserva de forças não será suficiente para mais um dia. O que podemos receber? As misericórdias de Deus! Israel é um exemplo claro disso.
Em Êxodo 16, vemos que Israel estava no deserto de Sim, que ficava na costa leste do Mar Vermelho. Deus havia dado a Israel a tão sonhada libertação da escravidão do Egito. Só que o povo respondeu a essa libertação com ingratidão. Haviam saído do Egito havia apenas um mês e já estavam se lembrando das “panelas de carne” do Egito e do alimento que tinham “a fartar” (Êxodo 16:3).
Deus então promete o maná do céu (v. 4).
O maná era o símbolo da misericórdia de Deus para com Israel.
Assim como Israel, muitas pessoas se veem nesse ciclo vicioso de murmuração, ingratidão e incredulidade.
Se Deus se mostra tão misericordioso nos mínimos detalhes da vida, por que muitas pessoas falham em confiar na misericórdia de Deus? Encontro três razões no texto sagrado para essa pergunta:
Esquecem quem Deus é.
Deus ouve as murmurações do povo. Promete carne e pão (à tarde: codornizes; de manhã: pão).
Deus estende sua misericórdia ao povo para lembrá-los de que Ele é o único Deus!
Os israelitas se esqueceram de Deus e de sua condição anterior. Haviam se esquecido da servidão, dos espancamentos e do tormento dos trabalhos forçados como escravos.
Quem se esquece de Deus olha para a vida sem Ele com saudade, esquecendo-se das dores e dos sofrimentos causados pela escravidão do pecado e de Satanás.
Esquecem que as misericórdias de Deus sempre se renovam.
O povo experimentou o cuidado e a misericórdia de Deus através do alimento.
Maná, em hebraico, é relativo à preposição “que”; os israelitas deram o nome Maná = “Que é isso?” (v. 15).
A distribuição foi justa (v. 17,18).
Mas a ordem de Deus foi para não deixar para o dia seguinte. O maná daquele dia seria para aquele dia. Por quê?
Porque as misericórdias de Deus se renovam.
Lamentações 3:22,23 — “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”
As misericórdias de Deus são novas a cada manhã, pois existem misericórdias suficientes para cada dia.
Muitos entram em desespero ao querer levar os fardos de amanhã com os recursos de hoje.
Os judeus tinham um ditado que afirmava: “Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe pode trazer o dia de hoje. Amanhã, talvez você não esteja vivo, e então terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá.”
Muitos querem a misericórdia de Deus, mas não querem o Deus da misericórdia.
Muitos desobedeceram a ordem. Recolheram para o dia seguinte (v. 20).
Eles queriam o alimento, e não o Deus provedor. Confiavam mais em sua capacidade de reter o alimento do que na provisão do Senhor.
O maná apontava para a misericórdia futura dada em Cristo (João 6:31-35).
No Antigo Testamento, o maná era um “tipo” ou retrato do Filho de Deus, que se entregou como o Pão da Vida para os pecadores famintos.
João 6:31-35 — “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.”
Há para você, meu querido leitor, porções diárias da misericórdia de Deus. Ele, o misericordioso Deus, sabe bem cuidar de nós. Descanse nisso, em nome de Jesus.
Pr. Nathan Amorim
4ª Igreja Batista em Divinópolis
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