Somos parte da denominação que adotamos. Embora não sendo o reino de Deus, a denominação deve funcionar como produtiva e abençoada agência do reino. Não é uma superestrutura absorvendo a igreja local, mas merece fé e aprovação declarada, à medida que se mostra fiel aos padrões bíblicos e presta bons serviços.

Há os que têm receio de ser bitolados por um punhado de regulamentos e compromissos. Assim se comportam alguns em nome do Espírito Santo. E com que ardor O invocam! Outros assim procedem alegando a necessidade de evoluirmos. No primeiro caso, a “inspiração” vem do Alto. No segundo, a nossa época é que tende a rejeitar qualquer sistema padronizado. Num tempo de celebração da independência pessoal, quem não pretende evitar limitações a sua liberdade? Vale, então, armar a mente contra tudo que pareça conter a ideia de domínio, de hierarquia. Daí, a oposição, ainda que velada, não transparente.

Há duas possíveis consequências dessa mentalidade. Primeira: um individualismo capaz de minimizar o trabalho em equipe, sugerindo a cada líder uma ética a seu gosto; o que a cada um pareça correto. Segunda: a desintegração, filha legítima da primeira. A denominação deixa de ser um valor. Perde qualquer atrativo, perde a razão de existir, perde a motivação. Que motiva, então? Algum interesse particular? Um movimento separatista?  Vontade incontida de liderar? Apenas o desejo de ver dias melhores? Difícil julgar, não é?

E o desdobramento? Que pode acontecer de mal? Rompimento de pastores e igrejas com sua denominação; desvios doutrinários incluindo conceitos substitutivos considerados superiores; menosprezo a Juntas, Comitês, Organizações Auxiliares, Assembleias Convencionais, Conselhos, Plano Cooperativo, Missões, Literatura. Vale a pena essa reação? Edifica?

O inimigo sabe que um reino dividido contra si mesmo não subsiste. A união, porém, faz a força. O enganador sugere a desconfiança, a desintegração. Ele é capaz de se transfigurar num anjo de luz, embora jamais consiga se tornar um anjo de luz.

Existe denominação perfeita? Existe igreja perfeita? Existe líder perfeito? Existe pastor perfeito? Somos todos humanos. Nossa denominação, portanto, é imperfeita. Tem, no entanto, repensado sua realidade, periodicamente, e acolhido mudanças. Certamente continuará aberta a inovações criteriosas. A crítica construtiva é útil e bem-vinda. Faz muito bem. É saudável. A crítica destrutiva, ao contrário, promove derrubada.

Pr. Francisco Mancebo Reis

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