As escolas proclamam a formação profissional para os diversificados setores da operação humana. Multiplicam-se os cursos por toda parte.
Se é preciso formar técnicos para as mais diferenciadas tarefas, por que não também para a incomparável obra do ministério, seja qual for a área de atuação? A juventude se apressa em preparar-se para o desempenho eficiente de uma profissão secular, e vai até o sacrifício de tempo, energias e orçamento. Como se justificaria o comodista e improvisador no reino de Deus? A causa secular merece mais do que a religiosa?
1 Relevância que vem da Bíblia.
Jesus valorizou o “escriba instruído acerca do reino dos céus” (Mt 13.52). Na linguagem de hoje, “todo professor da Lei que se torna discípulo no Reino do céu é como um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas”. O fiel intérprete reparte corretamente os tesouros da graça, apresentando as verdades velhas em formas novas, contextualizadas, aplicando o de hoje sem menosprezar o de ontem, e vice-versa.
Paulo acentua o obreiro que “maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.5). Pedro exorta: “Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a fé que vocês têm” (1Pe 3.15). Este versículo registra, no original grego, a palavra apologia porque a fé possui conteúdo teológico, não apenas místico. Convém discernir e defendê-la com reconhecida habilidade, salvando o certo e mandando pra lixeira o errado.
2 Relevância exemplificada na História.
O Cristianismo tem uma trajetória, desde os primeiros séculos, marcada por ilustres defensores da fé bíblica que souberam colocar a cultura no altar da verdade evangélica. Entre eles, Papias, Justino, Irineu, Orígenes, Tertuliano, Eusébio, Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino e muitos outros. Repete-se a experiência histórica no aproveitamento de notáveis expoentes que continuam honrando o púlpito e a cátedra, além de produzirem uma literatura digna de confiança irrestrita. A igreja tem a nobre missão de ensinar, promover crescimento, fortalecer a fé – o que envolve a pregação fiel, a educação religiosa eficaz, a música de qualidade e demais ministérios. Nada de requintes, mas o preparo adequado.
3 Relevância sugerida pelas exigências atuais
A evolução cultural de nossa geração é constante apelo ao aprimoramento. É frequente a correria em busca de maior acervo nas diversas áreas de especialização. Ficarão em plano secundário as aspirações dos que ministram nas igrejas? Negligenciarão eles o sagrado dever de tratar com sabedoria os assuntos que lhes são pertinentes? Ficarão contentes com as mesmices? Julgarão suficiente a oração em favor do rebanho, omitindo o bom desempenho na provisão do alimento balanceado e nutritivo? Será preferível ignorarem a insatisfação e as criticas decorrentes de superficialidades e insucessos?
Interpretar bem a “palavra da verdade”, comunicando-a com clareza, linguagem correta, argumentação séria, mente disciplinada – eis um trabalhoso compromisso. Creia-se, pois, na relevância das escolas de educação teológica e ministerial como provisões indispensáveis e estímulos aos vocacionados, e em tantos quantos nelas mostrem interesse insaciável pela aprendizagem e atualização.
A “ardente expectativa e esperança” de Paulo era honrar a Cristo (Fp1.20). Que exemplo magnífico!
Pr. Francisco Mancebo
No responses yet